segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Day 12 - Machu Picchu

Aguas Calientes - 05:00

Ahhhh as montanhas verdejantes que circundam a cidade perdida de Machu Picchu!...O silêncio, o ar puro, a espiritualidade inca no seu melhor (excepto quando estavam a cortar gargantas a animais e homens)...

Tudo isto é possível encontrar, experimentar, viver...provavelmente em Machu Picchu, aqui em baixo, Aguas Calientes (base para a visita àquela), nem por isso...

Dormi pouco ou nada. O Peru Rail das 04:45 fez questão de passar a abrir pelo meio da cidade e abanar o hotel todo. Talvez por isso o pequeno-almoço aqui comece às 04:45 e o check-out tenha de estar feito até às 09:00...?

Não. A principal razão para semelhante horário que não lembra ao diabo, prende-se com o facto de os vários guias impressos recomendarem apanhar o primeiro mini-bus para Machu Picchu, de modo a evitar as multidões... Resultado? Às 5 da manhã as filas já começam a formar-se...

Estamos com sorte. O Elias é do meu género: dorminhoco. Apanhamos apenas o já super tardio autocarro das 06:30!
Trinta minutos pela montanha acima e chegamos a Machu Picchu, pela parte inferior pois a tradicional vista/postal obtém-se vindo do Inca Trail após quatro dias de caminhada e chegando à porta do sol.

Visita guiada (não interessa).

Parecia que ia chover mas o tempo aguentou-se e a neblina começa a levantar.
Quiçá anestesiado pela pancada de sono ou por me estar a considerar um anti-gringo/turista-comum de primeira, não sinto grande entusiasmo...

Estou em Machu Picchu. Como é que imaginam este sítio? Como viram nas fotos? Correcto, confere, é a mesma coisa...

Demasiado frio? Insensível perante uma das sétimas maravilhas do mundo? Claro que não. Não é por as ruínas estarem repletas de gringos, guias e japoneses-tarados-por-fotos que deixam de ser impressionante e portadoras de uma mística em si. Creio que me estou a tornar num turista de experiências e de conhecimento palpável das culturas e povos em si, e menos dado a vaguidades históricas que já conheço e que despejam em cima dos turistas, acompanhado por uma visita em contra-relógio a um monumento qualquer.

Hmmmm talvez este local ainda exerça uma verdadeira influência...pelo rumo que este post está a tomar...

Reality check! Machu Picchu. A única explicação minimamente útil que retenho de toda a visita: lê-se Machu "Pic-chu", não "pixu" porque isso é pénis em peruano...

Enriquecido culturalmente e com o nome na ponta da língua pronto a disparar correctamente para qualquer nativo, observo...

Photoshop on, gringos off.
Primeiro pensamento: estes gajos fartavam-se de subir escadas. Segundo pensamento: os espanhóis são mesmo umas bestas para terem desperdiçado todo o conhecimento inca.
Terceiro pensamento: infelizmente não há porcos a correr em cima de juncos nestas paragens...
Quarto pensamento: wtf?! aquilo são pessoas a subir a montanha em frente? Sim, a "Wayna Picchu" que aparece ao fundo da foto-postal típica.

Íngreme como os diabos, parece que oferece uma vista soberba sobre Machu Picchu...isso e uma possível experiência de bungie-jumping sem corda...

O Elias acaba a visita guiada e põe-se a andar para Aguas Calientes. Estamos por nossa conta e como já vimos tudo por aqui o que decidimos fazer? Pois claro, mais uma hora de caminhada até à porta do sol...era isso ou o centro comercial...

O Elias disse-nos uma hora para cima e outra para baixo. Em hora e vinte completamos tudo e estamos de regresso - já vos disse que a porta do sol devia ser rebaptizada para porta da urina (os caminheiros devem sentir-se tão aliviados quando chegam ao final do inca trail que...)?

Com tempo para gastar, espatifamos mais 30 minutos de caminhada até à ponte inca. É uma ponte e está localizada numa escarpa impossível. Muito giro...já podemos ir?

Autocarro de volta a Aguas Calientes. Exploramos a coisa. "Coisa" é um eufemismo para esta espécie de vila. Construída de propósito para os turistas que visitam Machu Picchu, metade é hotel rasca, a outra metade é barraca de souvenirs rasca.

Almoçamos no sítio reservado pela agência. Demasiado pretensioso para um local destes e completamente impreparado para os standards de um
grupo de tugas como este. Ainda nem nos sentamos e já está o caldo entornado. O restaurante cheira a fritos. As mesas na rua estão expostas aos comboios e bandas pseudo-peruanas... Ganham os fritos. Next? Não há onde secar as mãos na WC.. 20 soles por um pisco sour, look todo xpto e nem uma toalhinha de papel se há...

Aproveito a deixa e troco a minha t-shirt mal cheirosa, pela minha nova aquisição: uma t-shirt peruana.
Na noite anterior lavei roupa no hotel mas a humidade tornou impossível que secasse minimamente...

Queimamos tempo. Fugimos da vila para o hotel. Não digam a ninguém...mas...há wireless...mesmo ao lado de Machu Picchu...

Finalmente, apanhamos o comboio de volta a Cusco. 4 horas de viagem, uma de uno e truques de magia e as restantes a ver o Elias a jogar e delirar que nem uma criança com o FIFA2012 e o Cut the rope no meu iPhone.

A vida deveria ser sempre assim..simples!

Chegamos a Cusco e um verdadeiro Fitipaldi conduz-nos até ao hotel (ignorando o facto de fazer metade do percurso em contra-mão, entre trafego intenso e numa carrinha de 9 lugares, o homem de 60 e tal anos tem potencial...).

Começo a notar um cansaço e mal-estar incaracterístico em mim. Deve mesmo ser falta de sono...
Arrasto-me com o grupo até ao jantar. É tarde, estou cansado e com fome. A partir daqui fico praticamente KO. Creio que ainda passamos pelo Museu do Pisco mas não retenho nada.

Hoje não há posts para ninguém, notícias em dia para ninguém, filmes porno de duvidosa qualidade para ninguém (ops, esta parte não era para dizer...). Apenas uma cama fresca, fofa e quente. Infelizmente, a do Imperial Hotel Cusco não o é. Bem, ao menos está limpa...

Life in Peru continues...por pouco tempo...

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