quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Day 6

Cusco. 08:30

Despertar na cidade-inca-que-os-espanhóis-f...-toda-e-sobrepovoaram-com-igrejas...

Manhã livre, decidimos explorar a cidade por nossa conta. Primeiro destino: mercado local.
Pelo caminho perdemos o Alex. Ficou no chão de uma esquina a ler a sua sina através de folhas de coca. Resultado? Não percebeu nada do que o vidente disse (falava um dialecto qualquer peruano...).

Chegamos ao mercado. Entrada lateral, desviamo-nos da criança que brinca rebolando na limpeza do chão e a primeira visão é da zona de restauração. Vários balcões com todos os petiscos que um estômago pode aguentar (no meu caso, nenhum).
São 10:00 e os peruanos almoçam todos. Malgas de sopa de galinha com o bicho inteiro lá dentro e outras iguarias que até têm bom aspecto.

Secção de carnes. Não olhar. Não cheirar. Um gajo da ASAE se entrasse aqui nunca mais saía...

Hmmm que está aquela senhora a fazer? Pois claro, a cortar e a esventrar rãs!
E que balcão é aquele? O que diz? Comida para curar cancro, psoríase e...sida???

Adelante! As cores dos 300 tipos de batatas existentes captam a nossa atenção, o olhar dos vendedores, os trajes, o cheiro das tendas, prendem-nos... A luz? Não ajuda em nada às fotos.. Isso e o facto de os vendedores exigirem 1 sole por foto! Estes tipos não vão lá..no mercado do Funchal além de incentivarem-se as fotos, todos oferecem fruta e iguarias para provar...

Momento surreal: uma procissão rompe pelo mercado! Deve ser em honra dos bichos pendurados e esventrados, apetitosamente condimentados por moscas.

Percorremos Cusco. Já o tínhamos feito na noite anterior. Cidade magnífica. Paredes incas e varandas coloniais.

Não entramos em nenhuma igreja. 10 soles? Naves das igrejas e capelas laterais transformadas em lojas? Que raio de fé é esta?

Almoço num vegetariano só com nativos. Salada, sopa, prato principal, mate. 7 soles (2€).

Passeio guiado pela cidade na parte da tarde. O expectável. Guia simpático. Muita pedra inca empilhada cuidadosamente. Muita pedra espanhola empilhada ao Deus dará!

Visita a fortaleza inca (até podia escrever o nome mas é complicado)
e visão soberba da cidade.
Podia descrever aqui as virtudes e conhecimentos incas, replicar as paisagens e monumentos mas..este blog não é para isso!

Regresso ao hotel. Procuramos local para jantar. Vamos dando pontuações às tascas e aos restaurantes para gringos. Continuamos a andar e a andar e a andar. Acabamos por entrar no primeiro sítio que encontramos.

Creio que não poderia ser melhor. O nível de surrealismo dispara. Na decoração do restaurante pautam-se objectos inca, flores de plástico de toda a espécie, obeliscos egípcios, globos, candeeiros com heras de plástico, um "wi-fi grátis" mas que é do hotel em frente, toalhas inca nas mesas e um carrinho de brincar, entre outras preciosidades.

A cereja no topo do bolo? O anfitrião ..

Sujeito que parece fugido de um
manicómio há pouco tempo e trajando um belo fato de treino, fala com muito orgulho do restaurante e esforça-se por fazer uma recepção memorável.

Objectivo amplamente atingido! A imagem do homem que lembra uma personagem digna de um filme do Hitchcock é sublinhada pelo som da varinha mágica na cozinha a fazer lembrar uma motoserra.

A escolha musical? Parece ser a banda sonora do Ben Hur.

A meio da sopa, passa o pai ou avô da personagem. A seguir a mãe é vista na cozinha deste apartamento.
É isso! O restaurante situa-se na sala de estar da família.

A comida até estava boa, temperada pelas lágrimas dos nossos risos.
Despedida? "Merci beaucoup, bonsoir!"
Por momentos pensei que ele descesse a escada de motosserra na mão...

Life in Peru continues...

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