sábado, 18 de agosto de 2012

Day 1 - Part I

Diário de bordo. 16 de Agosto de 2012.

Após as peripécias da viagem e sem a minha querida supermochila, dirigi-me ao duche do quarto de "hotel". O fio de água quente varia entre o fininho e o inexistente.

Pequeno-almoço: procuro pelos meus colegas de grupo portugueses, nenhum sinal (mal sabia eu que estavam com as suas próprias aventuras).

Sinto-me um ET. Os estrangeiros assaltam-me todos. Querem saber porque viajo sozinho e para onde vou. Simpáticos. Quase todos norte-americanos.

Volto ao quarto. Telefone toca. É o Freddy, o fantástico agente local... "Fantástico" é um eufemismo obviamente... Por uma fracção de segundos imagino que tem novidades sobre a minha bagagem. Nada disso. Com o Freddy é sempre surpresa. Creio que há algo nele de português: desenrascado, desorganizado e pronto a safar o seu.
Pede-me que duas colegas do grupo passem no meu quarto para tomar banho.

Nível de surrealismo do pedido: elevado.

Ingenuamente pensei que tinham um problema na casa de banho delas. Errado. Aparentemente tinham acabado de chegar via Madrid, ninguém estava no aeroporto à espera delas e o Freddy disse-lhes para apanharem um taxi para o meu hotel.

09:30 chega o Carlos. Simpático motorista que me irá levar até ao aeroporto para apanhar o voo para Arequipa.

Lima de dia já parece mais bonita.

O Carlos vai metendo conversa e acabamos por conversar sobre o passado turbulento e ainda recente do Peru, apoiado no grupo terrorista maoísta do Singredo Luminoso. Conta-me como começaram por conquistar as populações do interior correndo com os bandidos, prostitutas e policias corruptos das aldeias e que depois endoideceram e começaram a colocar bombas sem critério, matando civis indiscriminadamente.
Isto decorreu entre finais dos anos 70 até início dos anos 90..
Uma vez numa prisão estilo Alcatraz em Lima, num só dia 200 pessoas morreram quando o Singredo tentou libertar a prisão.

É um tema sensível mas o Carlos quer falar. Conta como escapou miraculosamente a três situações com carros armadilhados e bombas em caixotes do lixo.
Muito azar ou muita sorte? Não sei, mas sei que chegamos ao aeroporto... Hora de procurar as colegas do grupo que voltaram no mesmo taxi..(cortesia: organização Freddy).

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